Por Norma Érika Lima
Psicóloga e Pedagoga
Psicóloga e Pedagoga

O modelo de avaliação e intervenção precoce da criança possui um diferencial em relação ao modelo tradicional. O modelo precoce baseia-se numa perspectiva de articulação cruzada entre avaliação e intervenção. À medida que vão sendo constatados os resultados da avaliação, são formuladas e aplicadas as estratégias de intervenção decorrentes e seus resultados, por sua vez, conseqüentemente avaliados, configurando a reciprocidade das fases do processo.
Vale ressaltar que entende-se por avaliação a compreensão do momento evolutivo da criança nas suas diferentes áreas do seu desenvolvimento, considerando as relações com ambiente e família.
Já a intervenção tem por finalidade garantir a criança condições apropriadas para promover um desenvolvimento adequado, modificando ou eliminando as variáveis negativas e proporcionando outras que possam influir, de forma positiva, no processo de evolução.
As ações de avaliação e intervenção podem ser didaticamente separadas em três etapas: A primeira compreende a identificação dos aspectos que mais chamam a atenção no desenvolvimento infantil a partir da observação direta e dos dados coletados. A segunda etapa caracteriza-se pela exploração mais abrangente e organizada de dados avaliativos, com ações mais sistematizadas de intervenção. Já na terceira e conclusiva etapa, se integram todos os dados coletados e interpretados e passe-se para o desenvolvimento de estratégias efetivas para a autogestão dos familiares e a auto-estimulação da criança.
Citam-se alguns recursos básicos sugeridos pela autora para se proceder numa avaliação precoce da criança aplicável até os três primeiros anos, são eles: Entrevistas de anamnese e de segmento com roteiro especifico, observação participante destinada ao rapport, conhecimento sobre escalas de desenvolvimento, uso de Baby tests, técnicas projetivas aplicadas a primeira infância e a idade pré-escolar, avaliação do ambiente de convivência da criança através de visitas domiciliares com roteiro próprio.
Quanto aos recursos usados para a intervenção, existe uma gama variada de estratégias e programas, como o Guia Curricular para Estimulação Precoce de Perez-Ramos e uso de um kit de brinquedos e brincadeiras adequados para crianças de até dois anos de vida que une o lúdico a estimulação infantil.
Os possíveis “sinais de alerta” nas crianças constituem indícios da evolução de quadros clínicos, cuja detecção em crianças pequenas possibilita a organização de ações com o objetivo de garantir um pleno processo de desenvolvimento.
Para facilitar a identificação desses sinais e das altas habilidades existem algumas estratégias facilitadoras, que devem ser utilizadas com a coerente adequação a cada criança. São elas: Conhecer a criança por suas características pessoais e a fase de desenvolvimento na qual se encontra, estimular a criança de forma gradual e de acordo com seu ritmo, garantir condições que motivem, incentivar a criança a se expressar em fala e emoções, aprendendo assim a manejar seus conflitos, usar diferentes formas de verbalização, colocar a criança para participar de atividades em que esta alterne o comando e a submissão ao “dono” da brincadeira, além de dar-lhe recursos que levem a criança a buscar as soluções de seus conflitos.
Excelente texto. Para o caso de um pai interessado em psicologia infantil, ficam algumas dúvidas quanto aos termos técnicos. Gostaria de sugerir um ROTEIRO DE AVALIAÇÃO SIMPLIFICADO com perguntas e projeção das respostas conforme os critérios apresentados no texto. Um forte abraço a todos. Michel ( De Brasília) E-mail:michelborges@pop.com.br.
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