Norma Érika Lima - Pedagoga e Psicóloga.
Izabel Cristina de Abreu - Psicóloga.
Rebeca Cavalcante Fontgalland - Psicóloga. (sequência da foto, da esquerda para direita)
Rebeca Cavalcante Fontgalland - Psicóloga. (sequência da foto, da esquerda para direita)
A separação entre Psicologia e Fenomenologia é apenas didática, com isso mantêm-se o embasamento teórico e filosófico de cada uma. Essa separação permite-nos explicar como surgiu a fenomenologia, hoje considerada uma nova forma de Psicologia, encaixando-a no contexto social e científico, mostrando que ela veio para se contrapor a uma Psicologia de caráter positivista. Essa posição que a fenomenologia ocupa não foi alcançada de forma instantânea, mas sim fruto de um processo lento e gradual. Dessa forma é perfeitamente possível uma articulação entre a Psicologia e a Fenomenologia, visto que o objeto de estudo é o mesmo: o Homem. Ambas, cada qual com sua base teórica, visam "auxiliar" o sujeito no manejo com suas próprias questões.
Um dos fundamentos principais da fenomenologia existencial é o que traz a noção de intencionalidade, ou seja, só existe consciência como consciência de algo. Ao lidar com clientes em delírio, que vivem e acreditam em suas fantasias, a psicoterapia baseia sua intervenção nesse princípio. Assim, se o cliente percebe o mundo dessa forma, através de fantasias, é com esse conteúdo que a fenomenologia existencialista trabalha primeiramente. Isso porque não adianta tentar trazer o sujeito à realidade, já que para ele o que é real é o mundo que ele próprio elaborou, por qualquer motivo. No decorrer da terapia, e em momento oportuno, o psicoterapeuta pode, de forma paulatina, chamar o seu cliente à realidade. É interessante citar que mesmo as fantasias podem ganhar um sentido novo na vida do cliente.
A forma de escuta do cliente na fenomenologia existencial é única e baseia-se nos seus princípios de base. A partir da fala do cliente o psicoterapeuta utilizará o que considerou ser significativo para iniciar a terapia. Dessa forma os pontos abordados surgem da necessidade do próprio cliente em processo psicoterápico. Esse procedimento, que é a Redução Fenomenológica, não implica em ouvir a si mesmo, mas em deixar em suspenso os juízos particulares. Contudo, essa suspensão é apenas ideal, ela nunca chega a alcançar a completude. O terapeuta buscará vivenciar a fala do cliente, entendê-lo e, assim, ouvirá a si para em seguida devolver ao cliente (por meio da interpretação - empatia) uma fala que o possibilite compreender o sentido do que foi dito.
O método utilizado é o da Descrição Fenomenológica, onde o cliente descreve sua vivência, de modo cada vez mais detalhado, até ao ponto de perceber o que de fato está sendo dito e a partir daí chegar a assumir a responsabilidade pela sua existência, por seus atos e consequências.
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