sábado, 9 de abril de 2016

ANTROPOLOGIA DA SAÚDE, SOCIOLOGIA DA SAÚDE: O QUE A PSICOLOGIA TEM A VER COM ISSO?

Larissa Ferreira Nunes (Fanor DeVry Brasil)*
 Keyttiane Gomes da Silva (Fanor DeVry Brasil)
Rebeca Cavalcante Fontgalland (Fanor DeVry Brasil)
larissafnpsico@gmail.com
Resumo: Dentro da história da civilização podemos perceber diversas representações sociais do paradigma saúde/doença. Essas representações são modificadas a partir do tempo histórico, das práticas culturais e da cultura como um todo, das espiritualidade/religiosidade e da ciência. Suas definições foram se modificando e após o período do iluminismo e da ciência pragmática esses conceitos foram reduzidos e engessados. Essa pesquisa mostra sua relevância ao tratar desse paradigma sem descartar os aspectos qualitativos da contextualização histórica, discerne a importância da interdisciplinaridade para um conhecimento mais amplo da sociedade,  observando sua cultura, relações sociais, comportamentos, particularidade, singularidades e subjetividade. Entendendo a saúde como uma instituição social, fruto das relações socioculturais intra e intersocial e que ela pode causar bem estar ou sofrimento ao sujeito. Assim, o objetivo central é mostrar a importância dos estudos sociológicos e antropológicos para o campo da psicologia da saúde.  Trata-se de uma pesquisa qualitativa, bibliográfica e com caráter explicativo. Através dos estudos antropológicos e sociológicos sobre a saúde e doença compreendemos que esses conceitos foram se construindo dentro do fenômeno social da sociedade. Nos últimos séculos havia um modelo biomédico hegemônico e simplista, que compreendia saúde como ausência de doença e vice-versa. Houve uma mudança no século XXI para uma visão biopsicossocial, em que a saúde passou a ser considerada como um completo bem-estar físico, mental e social, como define a Organização Mundial de Saúde (OMS). Percebemos que os estudos antropológicos sobre homem e sua cultura mostrou um lado significativo para a construção de uma definição mais ampla sobre saúde e doença, diminuindo o poder dado à visão biologista, assim como a sociologia da saúde, que também contribuiu para a construção de uma nova práxis em termos de políticas públicas. Algo significativo encontrado nessa pesquisa consistiu na importância do estudo da antropologia médica e da sociologia da saúde para os currículos acadêmicos de diversas áreas e especializações, garantindo que a visão biomédica se modifique para uma visão biopsicossocial, apesar de ainda perceber a hegemonia biomédica na prática. Isso nos remete ao entendimento da necessidade de atualização constante das diretrizes curriculares das ciências sociais e das ciências da saúde e investir em pesquisas relacionadas a esse campo, afinal ao longo da história foi observado como o contexto histórico influencia e modifica a sociedade, por isso é importante existir pesquisas atualizadas sobre a sociedade e seus fenômenos. Pensar em saúde e doença é mais do que a ausência de sintomas, envolve todo o contexto social, cultural, climático, individual, e muitos outros fatores, tornando mais amplo e mutável o conceito. Percebemos que a definição da OMS se torna frágil diante do sistema capitalista e de consumo, os novos arranjos sociais, as diversas formas alimentares influenciadas pela cultura, o excesso de trabalho e má renumeração e as dificuldades de acesso aos direitos previstos em Constituição, assim como as práticas de violência verbal, psicológica naturalizadas em uma cultura machista e burguesa.  O sofrimento psíquico é causado, também, por todos esses fenômenos sociais, e compreender os contextos históricos e mudanças de paradigmas dentro da saúde é essencial para o saber da psicologia.
Palavras-chaves: Antropologia da saúde. Sociologia da saúde. Saúde-doença.

FONTE: Trabalho apresentado no 

III SIMPÓSIO CIENTÍFICO-CULTURAL DE ESTUDOS E PRÁTICAS EM PSICOLOGIA - V SEMANA DE PSICOLOGIA FANOR

ISSN: 2318-1591
Cidade: Fortaleza / Ceará 
Local: Faculdades Nordeste |DeVry Brasil 
Data: 09/11/2015 

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