segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

ROGERS SEGUNDO "TORNAR-SE PESSOA" E "QUANDO FALA O CORAÇÃO"

CARL RANSOM ROGERS (8 de janeiro de 1902, Oak Park, Illinois, EUA - 4 de fevereiro de 1987, La Jolla, Califórnia, EUA), SEGUNDO OS LIVROS TORNAR-SE PESSOA E QUANDO FALA CORAÇÃO.


Rogers foi educado numa família extremamente unida numa atmosfera religiosa e moral muito estrita e exigente. Ele era o quarto de seis filhos.
Era uma criança solitária que lia incessantemente e, ao longo dos anos escolares só teve dois encontros com moças.
Dedicou-se na escola de Wisconsin ao domínio da agricultura. Durante os dois primeiros anos de curso secundário alterou-se a vocação profissional dele em conseqüência de algumas reuniões estudantis sobre religião: “desisti da agricultura científica a favor do sacerdócio – uma pequena mudança! Transferi-me então da agricultura para a história (…)” (1977, p.19).
No primeiro ano foi escolhido entre os 12 estudantes americanos para uma viagem à China, a fim de participar de um Congresso Internacional da Federação Mundial dos Estudantes Cristãos. Isso era em 1922, quatro anos após o término da primeira guerra mundial.
Foi nessa viagem à China que Rogers se apaixonou por uma moça que já conhecia há muito tempo, com a qual se casou. Casou-se, com o consentimento relutante dos pais deles, logo após os estudos secundários para que pudessem prosseguir juntos os estudos universitários. Segundo ele, “(…) estou convencido que o apoio do seu amor e a afeição da sua companhia ao longo de todos estes anos foram um fator de enriquecimento extremamente importante na minha vida” (1977, p.19).
Decidiu entrar no Union Theological Seminary, esse era o seminário mais liberal do país (1924), com o objetivo de se preparar para uma missão religiosa. Lá esteve em contato com grandes mestres e professores, tais como: Dr. A.C. McGiffert.
Com o tempo Rogers queria encontrar um “campo no qual pudesse estar seguro de que minha liberdade de pensamento não sofreria restrições”(1977, p.20).
No Union interessou-se por cursos e conferências sobre Psicologia e Psiquiatria que então começava a se desenvolver. Começou a seguir o maior número de cursos no Teacher’s College da Universidade de Colúmbia, situada em frente do Union Seminary. Começou a trabalhar em filosofia da educação com William H. Kilpatrick. Iniciou seus trabalhos práticos clínicos com crianças, sob a direção de Leta Hollingworth. Dedicou-se ao trabalho psicopedagógico e começou a pensar em se tornar Psicólogo Clínico.
No Teacher’s College procurou conseguir uma bolsa ou um lugar como interno no Instituto para Orientação da Criança, patrocinado pelo “Commonwealth Fund”.
O convívio com David Levy e Lawson Lowrey o fez mergulhar nas perspectivas dinâmicas de Freud, que de acordo com ele “me pareciam em profundo conflito com perspectivas estatísticas, rigorosas, científicas e friamente objetivas, perspectivas que prevaleciam no Teacher’s College” (1977, p.21).
Com um tempo tornou-se necessário encontrar um lugar que o remunerasse bem, embora ainda tivesse fazendo doutorado. Empregou-se como psicólogo no “Child Study Department” da Associação para a Proteção à Infância em Rochester, Nova Iorque, com ordenado de 2900 dólares por ano.
“A Universidade de Rochester fez-me ver que o trabalho que eu realizava não era psicologia e que não estava interessada no meu ensino no departamento de Psicologia. Assisti a reuniões da Associação Americana de Psicologia (APA) completamente preenchidas com conferências sobre o processo de aprendizagem dos ratos e sobre experiências de laboratório que não me pareciam ter relação com o que eu estava fazendo. Os assistentes de psiquiatria social, no entanto, pareciam falar a minha linguagem e por isso orientei as minhas atividades para a assistência social, tanto nas organizações locais como a nível nacional. Foi apenas quando se criou a Associação Americana para a Psicologia Aplicada que retomei as minhas atividades como psicólogo.” (1977, p.24)
Começou a dar cursos na Universidade, no Instituto de Sociologia, “sobre como compreender e como tratar as crianças difíceis”(1977, p.24). O Instituto de Pedagogia da Universidade, também, quis incluir as suas aulas no programa sobre educação e, antes da partida de Rochester, o departamento de Psicologia da Universidade acabou aceitando-o como psicólogo.
Em 1940 aceitou um lugar na Universidade Estadual de Ohio, graças, segundo Rogers, a sua publicação do livro “Clinical Treatment of the Problem Child” que elaborara durante férias e curtos feriados. Assim, ganhou um lugar de professor efetivo, sem ter que passar por processo de competição – como ele mesmo diz no livro.
Seu manuscrito de “Counseling and Psycotherapy” (onde escreveu sobre uma orientação mais eficaz da terapia), vendeu, naquela época, setenta mil exemplares e continuou a vender.
Passou cinco anos em Ohio, doze anos na Universidade de Chicago e quatro na Universidade de Wisconsin.
Conforme o livro “Quando fala o coração”: “CARL ROGERS, PHD, internacionalmente conhecido como o pai da Abordagem Centrada na Pessoa, um dos psicoterapeutas mais distintos no Estados Unidos talvez no mundo. Ele é também professor e conferencista que muito tem contribuído para as áreas da Psicologia e da Educação. Já foi Presidente da Associação Americana de Psicologia, da Associação Americana de Psicologia Aplicada e Vice-Presidente da Associação Americana de Ortopsiquiatria, bem como foi membro da Academia de Americana de Artes e Ciências. Seus pensamentos têm tido uma influência de grande impacto nas organizações. (…)” (1987).
Em La Jolla, Califórnia, foi membro do Centro para Estudos da Pessoa, uma organização que ajudou a fundar.

Fonte:

- Santos, Antonio, M.; Rogers, Carl R.; Bowen, Maria C.. (1987). Quando fala o coração: a essência da psicoterapia. Porto Alegre: Artes Médicas.
- Rogers, Carl R. (1977). Tornar-se pessoa. São Paulo: Martins Fontes.

OBS: Este texto foi elaborado de acordo com esses dois livros. Existem muito mais coisas escritas sobre Rogers, sobre seus feitos e suas colaborações para o meio acadêmico. Tais como: livros, manuscritos e artigos, mundialmente conhecidos.

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